Brasil aprova TAC de 30 mil toneladas de bonito-listrado junto à ICCAT

Foi realizada entre os dias 17 e 24 de novembro em Sevilha, na Espanha, a 29ª Reunião Ordinária da Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT). Durante as sessões do Painel 1 de atuns tropicais, a delegação brasileira liderada pela secretária Carolina Carolina Rodrigues da Costa Doria e professor Rodrigo Sant’Ana, apresentou uma recomendação sobre o MSE (avaliação das estratégias de manejo) do bonito-listrado no Atlântico Oeste que foi muito bem recebida e bastante elogiada pelos outros países. O encontro finalizou com uma decisão importante para a pesca brasileira: a aprovação de uma TAC (Captura total aceitável) do bonito-listrado (Skipjack) no Atlântico Oeste em 30.844 toneladas, com tolerância de até 5% acima do limite, sem penalidades. A reunião hibrida foi acompanhada pela Engenheira de Pesca da Coordenadoria Técnica do SINDIPI, Thaiza Barreto. 

A aprovação dessa recomendação foi comemorada pela comitiva e pelo Setor. Hoje o Brasil é responsável por mais de 90% da captura deste recurso. No final de 2024 o MPA havia apresentado ao setor os primeiros resultados do MSE, que equivocadamente apresentou uma estimativa inicial de TAC em 22 mil toneladas, baseada na alegação de queda abrupta nos rendimentos da pesca do Skipjack. Os números foram contestados veementemente pelo SINDIPI e diversas organizações, que levou a uma grande revisão do MSE e dos modelos operacionais aplicados ao bonito-listrado do estoque do Atlântico Oeste naquela ocasião. 

“Nos últimos cinco anos, as capturas do Skipjack no Brasil nas regiões Sudeste e Sul ficou em 21.400 toneladas, ou seja, existe uma boa folga (cerca de 10 mil toneladas) entre o que o país tradicionalmente pesca e o limite estabelecido pela ICAAT”, frisou o consultor Wilson Santos. 

A construção da recomendação brasileira aprovada na ICCAT foi apresentada durante CPG atuns e afins, onde o professor Rodrigo Sant’Ana (coordenador do GTC Atuns e afins) apresentou os resultados do MSE e as opções de TAC estimados pelo modelo. A Coordenadoria Técnica do SINDIPI estudou as opções de TAC e indicou como a mais factível para o Setor a de 30.844 toneladas, que foi a recomendação levada e aprovada junto à ICCAT.