Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

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O veneno que vem da China (matéria publicada na Veja); confira também pesquisa com casca de ostra e

 

O setor pesqueiro teme a abertura do mercado chinês de pescado para o Brasil. Primeiro porque em preços compete deslealmente com as empresas brasileiras que produzem e geram empregos e terceiro porque pode afetar diretamente a saúde do consumidor brasileiro. A qualidade do pescado chinês é duvidosa, ainda mais após informações publicadas na Revista Veja em junho deste ano. Confira abaixo:

 

Matéria publicada na Veja em junho de 2007:

O veneno que vem da China

Denise Dweck

Veja num. 2011

6/6/2007

       

Um perigo se esconde entre os produtos baratos importados por todo o mundo: a falsificação de alimentos e remédios.

           O invejável crescimento econômico da China é sustentado pela espantosa capacidade de produzir de tudo a um custo baixíssimo. O país é igualmente conhecido por sua próspera indústria de falsificações. Inclui de cópias de roupas de marcas famosas a eletrônicos de péssima qualidade que imitam similares de alta tecnologia. Há um ramo mais perigoso na pirataria chinesa, que alarma o mundo: o de alimentos, cosméticos e remédios. Duas semanas atrás, milhares de caixas de pasta de dentes chinesas foram apreendidas no Panamá, na Costa Rica, na Nicarágua e na Austrália. Continham dietilenoglicol, solvente de uso industrial, bastante empregado como anticongelante em radiadores de carro. Quando ingerido, provoca a falência dos rins e afeta o sistema nervoso central, causando paralisia da fala e dificuldade de respiração – muitas vezes, leva à morte. O que essa substÂncia estava fazendo na pasta de dentes? A resposta é assustadora: por ser mais barata, piratas chineses a vendiam como se fosse glicerina, substÂncia amplamente utilizada na indústria de produtos de higiene e medicamentos.

           No fim do ano passado, mais de uma centena de pessoas morreram no Panamá depois de tomar xarope contra tosse cuja fórmula continha a glicerina falsa – dietilenoglicol, na verdade – importada da China. A investigação da tragédia revelou o tortuoso percurso que leva um produto falsificado na China até a linha de produção de empresas sérias do outro lado do mundo. A falsificação da glicerina fora efetuada numa fabriqueta de fundo de quintal. Com um certificado de análise química forjado, o solvente foi revendido sucessivamente como se fosse glicerina a quatro companhias, todas elas agindo sem os cuidados necessários. "Abrir uma empresa falsificadora tornou-se muito comum na China porque é uma forma barata e fácil de enriquecer", disse a VEJA o chinês Ping Deng, professor de administração da Universidade Maryville, nos Estados Unidos.

           Para os países importadores, é difícil separar os fornecedores chineses sérios dos criminosos por pelo menos dois motivos. O primeiro é o alto índice de terceirização da cadeia produtiva chinesa. O número de empresas que fazem peças ou fornecem insumos para um produto é tão grande que, em certo ponto, se perde o controle sobre sua origem. O segundo motivo é o alto grau de corrupção dos órgãos responsáveis pela fiscalização, cujos funcionários fazem vista grossa às companhias piratas. "Há casos de agentes responsáveis pelos certificados de qualidade que são eles próprios funcionários da empresa pirata", diz Rosana Pinheiro Machado, antropóloga da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, que passou seis meses na China pesquisando o esquema de falsificação de produtos no país.

           A lista de importações brasileiras da China inclui quase 5.000 itens. Equipamentos eletrônicos estão no topo, mas o Brasil também importa grande quantidade de insumos para remédios, alimentos e rações. Até hoje, felizmente, não foi constatado no país nenhum produto chinês que causasse dano à saúde de pessoas ou animais. Já nos Estados Unidos e no Canadá, desde março, uma centena de marcas de comida para cães e gatos teve de recolher seus produtos depois que rações feitas com glúten de trigo chinês mataram dezesseis bichos domésticos. Análises descobriram que estavam contaminadas por melamina, uma resina de uso industrial extremamente tóxica quando ingerida. Os falsificadores haviam vendido esse veneno como se fosse proteína vegetal, bem mais cara. "As normas chinesas de qualidade estão sendo melhoradas, mas ainda estão muito abaixo dos padrões internacionais", diz o paulista Eduardo Chakarian, do escritório em Cingapura da Monitor Group, uma empresa de consultoria de negócios americana. "É assim que os chineses conseguem ser competitivos nos custos", diz Chakarian, que trabalhou durante um ano na China.

           As dúvidas suscitadas em diversos países sobre a qualidade dos produtos chineses fizeram o governo de Pequim se mexer – e com violência. Na semana passada, um ex-diretor da Agência Estatal de Alimentos e Remédios da China, Zheng Xiaoyu, foi condenado à morte por ter aceito um suborno de 850.000 dólares para aprovar medicamentos. Uma vigilÂncia mais eficiente não seria benéfica apenas para as exportações, mas também para a própria população chinesa. Essa é a principal vítima dos produtos falsificados no país. Um exemplo famoso dos efeitos devastadores da pirataria em alimentos: treze bebês morreram de inanição numa província chinesa, em 2004. As investigações revelaram que haviam sido alimentados com leite em pó falsificado, um pó sem nenhum nutriente.

 

 

PESQUISA NO BRASIL

aqüicultura

Portal do Agronegócio Notícias

19/10 12:38

Casca de ostra e marisco dá prêmio a alunos da Engenharia de Produção   

     Christian Jung e Guilherme Tafner, da Engenharia de Produção, ganham premiação regional e disputam título nacional da categoria Indústria do prêmio Santander de Empreendedorismo Dois alunos da Unisul são finalistas do prêmio Santander de Empreendedorismo, na categoria Indústria. Christian Jung e Guilherme Tafner, ambos da Engenharia de Produção, em Palhoça, desenvolveram um projeto para o beneficiamento industrial das cascas de ostras e mariscos. Em outubro, eles recebem troféu e certificado pela classificação regional no prêmio. Até 21 de outubro, enviam um plano de negócios aos organizadores. O resultado e a premiação nacional ocorrem no dia 29 de novembro, em Brasília. O trabalho de Christian e Guilherme, da Unisul, concorre ao prêmio nacional com outros cinco projetos, de Brasília, da Universidade Federal do Mato Grosso, da PUCRS, da USP e da Unicamp. "Nosso trabalho tem foco no empreendedorismo na área da maricultura", explica Christian. "Estamos elaborando um plano para envolver todo o estado de Santa Catarina no destino correto do lixo, dos resíduos da casca da ostra e do marisco, algo que pode ser industrializado", enfatiza. Atualmente, boa parte desse resíduo é jogada em terrenos baldios, tornando o solo ácido, o que pode provocar problemas em futuras edificações. Se o lixo volta para o mar, também há problemas, porque a casca já foi contaminada por bactérias e afeta o ecossistema. "Nossa idéia é uma usina, uma indústria para o beneficiamento em massa desse resíduo, gerando um subproduto, um pó", destaca. Esse pó, ou carbonato de cálcio, tem ampla utilidade, podendo ser aplicado desde a indústria farmacêutica até a construção civil. A produção estadual, hoje, de moluscos em Santa Catarina é 14,7 mil toneladas/ano (ano 2006, valores brutos). Christian e Guilherme foram orientados pelo professor José Marcos Tesch. Realizados pelo Santander Universidades, com o desenvolvimento e a gestão do Universia Brasil, os prêmios Santander de Empreendedorismo e de Ciência e Inovação visam estimular a atitude empreendedora e a pesquisa científica no meio acadêmico, revelando novos talentos que irão beneficiar a sociedade brasileira com a implementação de seus projetos empreendedores e de suas pesquisas científicas.