Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

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Vai dar tainha!

Elas estão praticamente em todas as bancas do Mercado do Peixe de Itajaí, mas não com tanta fartura. A época é de tainha, que hoje assusta pelo preço: R$ 7 sem ova e R$ 12 o quilo da ovada mais difícil de ser encontrada por conta da retirada da ova para exportação. Mesmo com o valor pouco atrativo, o pescado continua sendo o mais procurado do inverno. A boa notícia é que o frio previsto para junho pode aumentar a oferta e, por consequência, provocar a redução nos preços.

 

– Nessa época é difícil um peixe que concorra com a tainha, mas a gente percebe que a procura ainda está baixa. Quando existe muita tainha para a venda, a notícia se espalha e as pessoas procuram mais. Por enquanto, as vendas estão tímidas – diz Auri Manoel Noaves, 63, que há mais de 45 anos trabalha em uma das bancas do Mercado do Peixe.

 

Há quem fale em escassez da tainha, assunto sem fundamento, de acordo com o mestre em Oceanografia Biológica, doutor em Ciências Naturais e membro do Grupo de Estudos Pesqueiros da Univali (GEP), Paulo Ricardo Schwingel.

 

– Até o momento, não há nenhum dado que indique a escassez da espécie. O que existe é uma flutuação natural na quantidade capturada. Em Santa Catarina, nos últimos quatros anos, a média anual da pesca industrial vem se mantendo entre três e quatro mil toneladas – afirma.

 

Schwingel explica que os fatores climáticos são os principais impulsionadores da safra. A tainha não é nativa, vem do Uruguai e Argentina (veja mapa). Quando as temperaturas caem e o vento sul bate por lá, as espécies procuram as águas brasileiras – mais quentes – para se abrigar. É durante o período de migração que os pescadores aproveitam para capturá-las.

 

– A duração e intensidade da frente fria são fatores muito importantes para uma boa safra. Não tivemos muito frio em maio e capturamos mais tainha este ano do que em maio do ano passado aqui em Santa Catarina – conclui o especialista.

 

Segundo os dados do GEP, entre 2008 e 2011, junho sempre foi o mês recorde de captura de tainha no Estado. No ano passado, a quantidade chegou a 2,7 mil toneladas. Em 2012, a expectativa é superar, ou pelo menos atingir, os números anteriores. A safra da tainha começou em maio e segue até o final de julho.