Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

Palavra do Presidente

Palavra do Presidente - Jorge Neves

Caros associados,

Quando assumi o cargo de Presidente interino do SINDIPI pensei que seria por pouco tempo e que tudo voltaria ao normal em breve. Chegou final do ano de 2015, início de 2016 e tudo foi acontecendo para que eu permanecesse na Presidência. Assim sendo, comecei a me interar de tudo que acontecia dentro do sindicato para dar continuidade e lutar pelo nosso setor com garra e dignidade.

As promessas dos representantes dos órgãos que são responsáveis pela pesca hoje no Brasil continuam sendo pontos marcantes deste ano de 2016, porém até hoje foram várias viagens para Brasília e, desde a minha primeira, nada mudou em relação às burocracias e dificuldade enfrentadas pelo nosso setor. Entre uma nomeação e outra de ministros, secretários, diretores e criação de pastas, o que observo é a boa vontade de muitos atrelada a um governo que até o final de agosto estava em período de transição. As promessas dos representantes dos órgãos que são responsáveis pela pesca hoje no Brasil continuam sendo pontos marcantes deste ano de 2016.

Talvez esta definição e o fim de um processo político desgastante, possam trazer para o setor da pesca um novo rumo, novas dinâmicas, soluções e estratégias de gestão. Infelizmente, a pesca não pode andar no ritmo dos expedientes dos gabinetes, as centenas embarcações da nossa região precisam estar em constante movimento. Barco parado no cais é prejuízo para uma cadeia produtiva. Um prejuízo que, como Presidente desta entidade e integrante do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca – CONEPE, tento evitar diariamente.

O trabalho como líder e representante do setor não tem sido fácil, aliás, se tratando de pesca nunca é, mas com cautela, ponderação e sempre dentro da lei, me posiciono a favor do interesse coletivo. Um exemplo é o processo de reivindicação para a prorrogação dos prazos das licenças de pesca, uma demanda que desde a extinção do Ministério da Pesca vem sofrendo pela falta de uma equipe capacitada para realizar o serviço. Devido a falta desta estrutura as licenças vencem e os armadores ficam impossibilitados de realizar as suas atividades.  Diante disso, minha defesa junto ao Governo Federal é uma prorrogação por tempo indeterminado, até que o Ministério da Agricultura consiga se organizar e trazer para a sua equipe pessoas com experiência e conhecimento nesta área.

Quando surgiu o anúncio de que a pesca voltaria a integrar o Ministério da Agricultura acreditei que a situação poderia ser melhor. Afinal de contas, o MAPA é uma das pastas mais fortes do Governo, pela sua trajetória e também pelos resultados conquistados em outras atividades econômicas. Porém, percebe-se que o Ministério da Agricultura e seus líderes desconhecem o valor e a importância da pesca no Brasil e muitas vezes fazem deste setor moeda de troca.

Desejo que aos poucos este cenário comece a mudar. Acredito que o trabalho feito por esta entidade em parceria com o CONEPE possa construir junto ao Ministério uma nova imagem do setor pesqueiro. Ainda temos muito que fazer, mas a minha certeza é de não desistir. Conhecemos como ninguém o valor desta atividade e ensejo um dia poder trazer apenas boas notícias podendo celebrar com todos um novo momento da pesca no Brasil.

Jorge Neves