Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

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Secretaria da Agricultura e setor pesqueiro buscam alternativas para o desenvolvimento no estado

Os representantes do setor pesqueiro de Santa Catarina apresentaram suas demandas para a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, nesta quarta-feira (18), durante reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Pesca, na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Entre as demandas do setor está o apoio do Governo do Estado para construir propostas de desenvolvimento sustentável para a cadeia produtiva da pesca.

O setor busca na Secretaria da Agricultura e da Pesca uma aliada para buscar melhorias tanto na pesca industrial quanto na pesca artesanal de Santa Catarina. Segundo o presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Pesca, Dario Vitali, o estado é referência em produção e visa também evoluir em qualidade. “Santa Catarina é um espelho para o país em termos de produção agropecuária e pesqueira. O setor pesqueiro representa o quinto PIB do estado, que contribui significativamente na geração de empregos e renda”, afirma.

O consultor da Câmara, Paulo Mundt, ressaltou a importância da construção de demandas estratégicas para o setor pesqueiro, fazendo com que a atividade evolua em produtividade e qualidade.  O consultor falou ainda a abrangência do setor que inclui não só a pesca industrial, mas toda a cadeia desde a captura até o processamento do pescado.

A unidade entre a pesca industrial e pesca artesanal foi lembrada também pelo secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, que destacou que os dois tipos de pesca não podem ser considerados antagônicos e sim complementares. “Existe um setor da pesca que gera produtos de alta qualidade, com agregação de valor e logística eficiente e isso independe se a pesca é industrial ou artesanal, elas estão relacionadas”.

Para Spies a sobrevivência de qualquer setor da economia está em oferecer produtos de qualidade, a custos competitivos e com logística adequada. “Já somos o maior produtor nacional de pescados, devemos liderar também em qualidade e inovação”.

Segundo Spies, a reunião de hoje foi uma oportunidade para criar uma agenda positiva para a pesca catarinense. “Quando o setor traz os problemas para a discussão, já está dando um passo na direção certa. O Governo do Estado, ouvindo as demandas do setor produtivo, acerta mais e erra menos”.

O secretário recebeu ainda um documento com as principais demandas do setor, entre elas alteração na lei que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca; estudo e padronização das rotulagens de pescados; aprovação do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Rispoa) com participação do setor produtivo.

Santa Catarina é o maior produtor nacional de pescado marinho, sendo que a pesca industrial responde por 136 mil toneladas e a pesca artesanal por 14 mil toneladas, totalizando 150 mil toneladas ao ano. A região de Itajaí se destaca como maior produtora do estado, responsável por 20% da produção nacional de pescado, concentrando as operações de descarga de mais de 600 embarcações de porte industrial, sendo considerada o principal polo pesqueiro do Brasil.

No contexto estadual, essa região contribui com 90,95% dos empregos no setor pesqueiro, representando 3.016 trabalhadores, sediando um significativo úmero de empresas que estão, de forma direta ou indireta, ligadas à atividade da pesca. O arranjo produtivo do setor pesqueiro do litoral centro-norte catarinense constitui-se basicamente por três segmentos de atividades: a captura, o beneficiamento do pescado e a construção naval e reparos de embarcações.