Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

Palavra do Presidente

Palavra do Presidente

Caros Associados

 

O ano de 2017 tinha tudo para ser o nosso ano, armadores e empresários da indústrias deram início a uma nova fase de construção dentro do contexto histórico da pesca. Uma construção que deveria ser baseada em investimentos, planejamento, estratégias e visão, características da nossa nova casa, características do Ministério da Agricultura, que até o mês de fevereiro abrigou a pesca.

 

Eu, assim como outros tantos sobreviventes desta atividade, defendo que o Ministério da Agricultura é o lugar certo para a pesca, afinal de contas, somos produtores rurais e, é nesta pasta que deveríamos permanecer para que ao longo dos anos pudéssemos de alguma forma, recuperar o tempo perdido e proporcionar aos envolvidos no setor uma oportunidade de fortalecer um setor que ainda não descobriu a sua força.

 

Mas, da noite para o dia, fomos surpreendidos com uma publicação que simplesmente sugou a pesca do Ministério da Agricultura e sem muitas explicações, mas muitas especulações, colocou o nosso setor no Ministério da Indústria, Comércio e Serviço Exterior - MDIC. Muitos boatos circulam de norte a sul do país, entre eles é de que a mudança de ministério nada mais é, que o resultado de interesses políticos. Uma decisão que não levou em conta os impactos que a pesca industrial pode sofrer. Uma mudança que preservou apenas os interesses de uma ala e de um certo partido.

 

Aqui, não cabe questionar as verdades ou inverdades de tais boatos, pois as nossas articulações não passam de suspiros em meio a gritaria e o poder das articulações políticas. Creio que os últimos acontecimentos referentes a pesca devem servir sim de alerta para os que fazem a pesca em Santa Catarina e no Brasil. Aqui, me remeto ao nosso Estado, a nossa região, onde contamos com um potencial que muitas vezes não é valorizado pelo próprio armador e empresário da indústria. Estamos tão preocupados em cuidar do nosso, que esquecemos do coletivo, esquecemos de fortalecer a nossa categoria e percebemos que somos frágeis. 

 

Uma fragilidade que nos últimos anos têm nos levado ao caos, tem nos levado a mendigar, tem levado o setor a um dos piores momentos da história. O Brasil já retrocedeu mais de 100 anos, com esse descaso do Governo em não proteger nossas indústrias, nossos empresários. O governo está vendendo nossos aeroportos que foram pagos com dinheiro público; acabando com a Petrobrás para desvalorizar a venda para outros países, acabando com o pré-sal, com a pesca e vai entregar nossas 200 milhas para os outros países para virem pescar de tudo em nossas águas sem descarte e levarem tudo para serem industrializados e mais tarde nos venderem por preços altos.  O Governo Federal nos últimos anos entregou nossas estradas e rodovias para exploradores de pedágios, que cobram impostos caríssimos todo ano. Tem ainda um projeto para vender nossas terras para países estrangeiros.

 

 

É isso que vamos continuar querendo? É desta forma que vamos tentar manter viva a nossa atividade? É desta forma que vamos continuar nos comportando? O Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região – SINDIPI, não caminha sozinho, ele não se faz apenas nos momentos de incertezas e instabilidade. Repito, como outras tantas vezes repeti, o sindicato é feito de várias peças que precisam estar juntas. Uma minoria não consegue construir sozinha uma nova história para a pesca.

 

Jorge Neves

Presidente SINDIPI